Prosperi teve a ideia de correr esta ultramaratona extrema e começou a treinar arduamente. O atleta corria 40 quilómetros por dia e reduzia constantemente a quantidade de água que consumia para se habituar à desidratação. A mulher do italiano não gostou da ideia e ficou muito preocupada. Talvez tenha tido uma premonição.
Esta maratona é tão arriscada que, antes da competição, tive de assinar um papel com instruções sobre para onde enviar o meu corpo se morresse. Temos três filhos, todos com menos de oito anos na altura, por isso a minha mulher ficou preocupada. Tentei animá-la. “A pior coisa que pode acontecer é eu apanhar um escaldão”, disse-lhe
Mauro Prosperi
Prosperi, por outro lado, estava muito otimista. A perspetiva de correr durante dias no deserto com uma mochila de 10-15 kg aos ombros não o assustava de todo. Antes do início da maratona, não só correu, como também dormiu no chão, aprendeu a tratar feridas e pensou escrupulosamente no conjunto de coisas que levaria consigo para a corrida. O objetivo de Prosperi não era apenas percorrer a distância, ele queria ganhar ou, pelo menos, subir ao pódio.