Casa Cultura Os melhores filmes de 2023: “Barbie”, “Asteroid City” e 18 outras imagens mais originais e interessantes

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Os melhores filmes de 2023: “Barbie”, “Asteroid City” e 18 outras imagens mais originais e interessantes

“Sobre a Erva Seca (Kuru Otlar Üstüne), realizado por Nuri Bilge Ceylan
Um professor preso num sertão nevado e sombrio, que já não se sente um jovem, vê-se subitamente envolvido num caso de assédio contra uma das suas alunas – e, embora não ocorra nenhum escândalo, a insatisfação e o ódio a si próprio que fervilham na sua alma irrompem na sua vida pessoal e não profissional. A masculinidade tóxica e a sua capacidade de envenenar o mundo que nos rodeia pode ser um tema importante na carreira do turco Nuri Bilge Ceylan – mas parece que este motivo também nunca lhe soou tão pungente, de tal forma que até Ceylan, o realista incorrigível, se vê obrigado a quebrar a quarta parede naquela que pode ser a cena mais espetacular de todo o cinema em 2023, no momento-chave de “On Dry Grass”.

“Uma bela manhã” (Un beau matin), realizado por Mia Hansen-Lev
Sandra, uma mulher parisiense, está a lutar para se aguentar: ainda está a recuperar da morte recente do marido e agora foi diagnosticada ao pai uma doença que lhe está a roubar rapidamente a visão e a clareza mental. Um encontro casual com um amigo do seu falecido marido transforma-se num caso que parece apenas irritar a mulher – mas em vez de um colapso, “One Fine Morning” prepara a sua heroína para algo muito menos óbvio. Poucas pessoas no cinema contemporâneo conseguem transmitir de forma tão subtil e precisa o próprio tecido da vida quotidiana – e problemas simples e compreensíveis – como a francesa Mia Hansen-Lev. A este respeito, o seu novo filme parece ser um verdadeiro ponto alto da sua carreira.

“Mato Seco em Chamas”, dirigido por Adirlei Queiroz e Joana Pimenta.
Em um Brasil alternativo de 2019, onde o grotesco governo de Jair Bolsonaro se transformou em uma verdadeira ditadura militar, as mulheres da gigantesca favela Sol Nacente – forasteiras, ex-presidiárias, viciadas em drogas – se unem para formar uma quadrilha de roubo de oleodutos que desafia o status quo. O surpreendente filme de Adirlei Queiroz e Joana Pimenta consegue combinar os motivos e as imagens da ficção científica com os métodos e as técnicas do documentário – e encontra na união e na lealdade daqueles que são postos de lado pelas sociedades modernas uma razão para esperar tempos melhores.

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